Institutos de pesquisa terão papel crucial no incremento à inovação, diz secretário
30/11/2010

Para Ronaldo Mota, titular da Secretaria de Desenvolvimento Tecnológico e Inovação do MCT, comitê de articulação recém-criado tem como desafios promover a inovação e interagir com as empresas.

Mota detalha, em entrevista exclusiva para o Gestão C&T online, as principais atribuições do Comitê de Articulação para a Promoção de Centros de Pesquisa e Projetos Estratégicos de Inovação, criado no início deste mês por meio da portaria interministerial nº 930, de 5 de novembro.

A unidade tem como meta incentivar, de forma coordenada, projetos inovativos no Brasil. Na avaliação do secretário do MCT, os institutos de pesquisa terão um papel crucial nesse cenário, onde farão a interface entre as demandas e a capacidade efetiva de resolver os problemas encomendados pelas empresas.

Mota antecipa também as metas para 2011 e diz que para realizar as ações previstas serão criadas duas subunidades voltadas para a promoção da inovação e interação com as empresas.

Leia a entrevista:

- De onde veio a demanda para a criação do comitê?

Antes seria importante destacar o contexto atual no qual inovação passa a ser encarada como elemento central do desenvolvimento econômico e social sustentável. Da parte das empresas, esse fato é expresso pela priorização que a Confederação Nacional da Indústria (CNI) confere à Mobilização Empresarial pela Inovação (MEI). Pelo lado governamental, a necessidade urgente de articular e amplificar as ações na área de inovação. Deste segundo, decorre a iniciativa do Comitê Pró-Inovação.

- Quais são as principais atribuições da instância?

O Comitê Pró-Inovação, englobando os ministérios de Ciência e Tecnologia, do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior e o da Educação, tem o objetivo precípuo de acompanhar, promover e incentivar, de forma coordenada, projetos empresariais de inovação e de instituições de ciência e tecnologia, no âmbito da Política de Desenvolvimento Produtivo (PDP) e do Plano de Ação de Ciência, Tecnologia e Inovação para o Desenvolvimento Nacional (Pacti 2007-2010).

- O comitê prevê a aplicação de recursos para impulsionar o desenvolvimento de projetos inovadores?

Mais do que administrar recursos, cabe ao comitê a articulação das várias ações, as quais têm, em geral, recursos previstos, harmonizando e racionalizando as políticas de vários programas envolvidos. Pode também o comitê sugerir a ampliação de ações em curso ou propor novas iniciativas, podendo para tanto prever, se for o caso, a necessidade e as fontes de recursos necessários.

- Como o comitê atuará para promover projetos de inovação de empresas no país?

Principalmente estando próximo das empresas, conhecendo seus projetos e contribuindo, dentro de seus limites, para estimular que as empresas que já têm seus setores de P&D [pesquisa e desenvolvimento] os ampliem, bem como colaborar para que aquelas que ainda não têm possam criá-los. Nesta área é importante destacar que em cada empresa há peculiaridades e singularidades que demandarão por parte do Comitê Pró-Inovação uma abordagem específica.

- Como será a relação com os institutos de pesquisa e como o senhor avalia a importância deles como agentes promotores de inovação?

Os institutos de pesquisa tecnológica estão se constituindo gradativamente nos principais conectores entre as demandas empresariais e a comunidade científica e tecnológica. Aos institutos cabe o especial papel de interface entre as demandas e a capacidade efetiva de resolver os problemas encomendados pelas empresas, sendo assim atores cruciais na consolidação de um clima e uma cultura de inovação no país.

- Quais os principais desafios para o comitê?

São dois os principais desafios: promover a inovação e interagir com as empresas. Quanto ao primeiro haverá um subcomitê com o objetivo específico de colaborar na instalação e expansão de centros de pesquisa e desenvolvimento, bem como envidar esforços no apoio a projetos estratégicos pré-competitivos, realizados por consórcios de empresas e instituições de ciência e tecnologia, públicas e privadas. O segundo subcomitê, de interação com as empresas, tem por objetivo principal o apoio à implementação de projetos de inovação, articulando o acesso das empresas e instituições de ciência e tecnologia, de forma coordenada, aos instrumentos de política associados ao investimento em centros de pesquisa e desenvolvimento e em projetos de pesquisa pré-competitivos.

- Quais as metas da instância para o próximo ano?

A grande meta para 2011 é colocar em operação definitiva e coordenada as várias ações de articulação e estímulo previstas para o Comitê Pró-inovação.
(Cynthia Ribeiro, do Gestão C&T online)