Beatriz Nascimento é doutora honoris causa in memoriam pela UFRJ
29/10/2021

O Conselho Universitário (Consuni), órgão máximo da UFRJ, concedeu o título póstumo de doutora honoris causa a Maria Beatriz Nascimento, mais conhecida por Beatriz Nascimento. O reconhecimento do Conselho aconteceu nesta quinta-feira, 28/10, sob unanimidade e aclamação. A outorga do título de doutora honoris causa foi um pedido da ECO. Sergipana, historiadora, docente, roteirista, poetisa e ativista pelos direitos humanos de negros e mulheres brasileiras, Beatriz chegou a iniciar o mestrado em Comunicação na ECO sob orientação do professor Muniz Sodré, em 1994. No ano seguinte, aconteceu uma tragédia. Ela foi vítima fatal de feminicídio, em Botafogo, Zona Sul do Rio, pelo próprio companheiro, por achar que ela interferia em sua vida privada.

Beatriz deixou um legado em produção acadêmica: Kilombo e memória comunitária: um estudo de caso, publicado na revista Estudos Afro-Asiáticos; O conceito de quilombo e a resistência cultural negra, publicado na revista Afrodiáspora, que se tornou um de seus textos mais reeditados; a publicação do capítulo Introdução ao conceito de quilombo na coletânea Negro e cultura no Brasil, em 1987; O movimento de Antônio Conselheiro e o abolicionismo: uma visão da história regional, publicado na Revista do Patrimônio (Iphan), em 1997. A autora também publicou os seguintes textos: Por uma história do homem negro, Revista de Cultura Vozes,1974; Negro e racismo, Revista de Cultura Vozes, 1974; A mulher negra no mercado de trabalho, Jornal Última Hora, 1976; Nossa democracia racial, Revista IstoÉ, 1977; Daquilo que se chama cultura, Jornal IDE, 1986;A mulher negra e o amor, Jornal Maioria Falante, 1990.

Beatriz Nascimento fez graduação em História (1968-1972) e especialização (1979-1981) na UFRJ. Além disso, iniciou o curso de mestrado em História na Universidade Federal Fluminense (UFF). Parte de sua pesquisa, realizada de maneira independente de qualquer instituição acadêmica, consistia em observar — em campo e via documentação — os quilombos como sistemas alternativos à estrutura escravista, com potencial continuidade em favelas, particularmente no caso do Rio de Janeiro.

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Fonte: Conexão UFRJ! (Adaptada)