UFRJ é a 8ª em ranking da América Latina
06/06/2013

Lista foi divulgada pela organização inglesa QS; USP lidera pela terceira vez e PUC-RJ está em 18º lugar mostra reportagem de O Globo
 

A Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) ficou na oitava posição no ranking divulgado pela organização inglesa Quacquarelli Symonds (QS), que avaliou 300 instituições de ensino superior da América Latina. A lista das dez mais bem colocadas é liderada pela Universidade de São Paulo (USP) e inclui mais duas instituições brasileiras: Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), na terceira posição; e Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), na décima. Em levantamentos globais já realizados pela QS, porém, as universidades brasileiras não alcançaram posições de destaque.

 

Com o resultado, a UFRJ repetiu a colocação do ranking do ano passado, mas subiu 11 colocações em relação aos dados divulgados em 2011. Pró-reitora de Pós-graduação e Pesquisa da UFRJ, Débora Foguel avaliou que o salto dado entre o levantamento de agora e o de 2011 é decorrência do maior cuidado com o envio de informações solicitadas pela QS à universidade. Nos dados encontrados no site da QS, o critério relativo ao número de professores com o equivalente ao doutorado aparece com nota zero em 2011, situação que não condizia com a realidade:

 

- Percebemos a importância do levantamento e passamos a enviar os dados com mais precisão. Além disso, o melhor desempenho pode ser fruto das melhorias feitas na universidade, de aporte de recursos e de programas como o Ciência Sem Fronteiras - disse Débora, chamando atenção para o fato de que a UFRJ é a primeira instituição federal do Brasil no ranking. - Se olharmos por esse viés, USP e Unicamp recebem recursos do governo estadual de São Paulo. Já nós ficamos mais dependentes dos aportes do governo federal. Isso não é um dado desprezível.

 

A PUC-Rio, a segunda mais bem colocada do estado, aparece em 18º, repetindo a posição do ano passado. A universidade, porém, caiu três colocações em relação ao resultado de 2011, quando ficou em 15º. Já a Uerj apresenta um ritmo ascendente. Em 2011, estava em 55ª, pulou para a 38ª posição no ano seguinte e chegou à 35ª colocação em 2013. A Universidade Federal Fluminense (UFF) figura em 47º, a Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), em 116º, e a Universidade Estadual do Norte Fluminense, em 130º.

 

Para o vice-reitor acadêmico da PUC-Rio, José Ricardo Bergman, o ranking é positivo por mostrar a imagem da universidade à sociedade, mas a metodologia usada pode dar margem a críticas:

 

- Ao avaliar a reputação da universidade no mercado de trabalho, por exemplo, critérios subjetivos e mal explicados pelos empregadores podem acabar prejudicando a instituição. Mas, no geral, esse tipo de ranking é bom para que as universidades possam melhorar cada vez mais o rendimento.

 

Só 12 brasileiras na lista mundial

Para o especialista em América Latina da QS, Danny Byrne, que ajudou a fazer o ranking, o resultado deve ser celebrado pelo Brasil, mas com uma ressalva:

 

- O país reforça sua posição como líder na América Latina e isso, por si só, deve ser comemorado. No entanto, se olhar nosso ranking das 700 melhores universidades do mundo, apenas 12 são brasileiras.

 

Segundo ele, o Brasil está melhorando a cada pesquisa, mas a posição alcançada ainda é muito inferior, considerando o peso de nossa economia:

 

- No ranking mundial, o Brasil fica atrás, inclusive, dos outros Brics, como a China, que tem 34 universidades, a Índia, que possui 18, e a Rússia, que aparece com 14. Nós consideramos que o Brasil está no caminho certo, mas ainda está muito longe da linha de chegada.

 

A USP ficou com o primeiro lugar nas três edições do levantamento. O reitor João Grandino Rodas atribuiu parte do resultado ao processo de internacionalização pelo qual a universidade vem passando. Outro ponto salientado por ele é a autonomia didático-financeira das três universidades estaduais paulistas, que confere rapidez e agilidade à administração universitária.

 

Entre as 50 melhores da lista aparecem, entre outras, Universidade Estadual Paulista (Unesp), em 11º lugar; Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), em 14º; a Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), em 17º; e a Universidade de Brasília (UnB), em 21º.

 

Enem tem 7,8 milhões de inscritos em 2013

Em Brasília, o ministro da Educação, Aloizio Mercadante, comemorou ontem o crescimento do número de inscritos no Enem. O balanço final mostra que 7.843.024 pessoas se inscreveram, num aumento de 20,6% em relação ao ano passado (6,49 milhões).

 

- Isso mostra o tamanho da vontade do povo brasileiro de estudar - afirmou Mercadante.

O Rio registrou 562.616 inscrições, e foi o 4º estado com maior procura pelo Enem, atrás de São Paulo, Minas e Bahia. O número final de inscrições confirmadas só será conhecido daqui a dez dias, após a confirmação do pagamento da taxa de inscrição. As provas serão realizadas em outubro.

 

(Eduardo Vanini e Leonardo Vieira / O Globo)